Você é branco mesmo? Entenda os tons da branquitude no Brasil
No Brasil, o branquíssimo é o único que pode ser apenas “pessoa”.
É o padrão invisível que ninguém nomeia, mas todos obedecem.
É ele que aparece nas propagandas como neutralidade.
É ele que atravessa o aeroporto sem revista, o tribunal sem suspeita, a vida sem medo.

No Brasil, a cor da pele não é só pigmento — é sentença, é senha de acesso, é signo de valor. E nem todo “branco” é igual. No topo da cadeia racial, vivem os branquíssimos: pele alva, traços finos, sobrenome europeu. Um pouco abaixo, os brancos comuns: claros, mas “latinos demais” para a elite global.
No porão social, os encardidos: mestiços embranquecidos pela necessidade, pardos que se recusam a se reconhecer. Neste artigo, vamos rasgar a maquiagem da branquitude brasileira — e mostrar como ela organiza o país mais miscigenado do mundo como um castelo de pele, onde cada tom é um degrau.