CIDADANIA ITALIANA: A VERDADE QUE NINGUÉM TE CONTOU

Por que a Itália está dificultando o reconhecimento da cidadania para brasileiros — e quem ainda tem direito, mesmo após o Decreto 36/2025.

O que está acontecendo com a cidadania italiana não é apenas uma mudança burocrática. É um recado direto, claro e humilhante: vocês não fazem mais parte disso aqui.

A Itália não fechou as portas por falta de estrutura. Ela o fez por escolha política.
Para limitar o acesso de brasileiros, latino-americanos e todos os descendentes que, mesmo com sobrenome italiano, cresceram longe da Europa — cultural e socialmente.

Mas essa exclusão não começou com o decreto. Ela só foi oficializada agora.
O preconceito que antes era protocolar, agora está carimbado por lei.

Quem passou anos repetindo que era “italiano de sangue”, construindo uma identidade baseada num bisavô que veio com uma mala de madeira, agora descobre:
o sangue não pesa tanto quanto o passaporte que você carrega.

Muitos se sentiram europeus demais para o Brasil. Hoje, descobrem que são brasileiros demais para a Europa.

Isso não é sobre genealogia. É sobre política, poder e fronteiras simbólicas.
É sobre quem tem o direito de decidir quem pertence — e quem será mantido do lado de fora.

A verdade é simples, mas incômoda: não basta ter um sobrenome italiano.
Se o governo muda, se o interesse muda, você volta a ser o que sempre foi aos olhos deles: um estrangeiro. Um problema. Um excesso.

E é por isso que, mesmo que este artigo esteja sendo lido meses depois do decreto, ele ainda importa.
Porque essa história se repete.
E vai continuar se repetindo com outros nomes, outras bandeiras, outras ilusões — até que a gente entenda: cidadania imposta nunca foi pertencimento real.

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