Lívia Zaruty

Lívia Zaruty é comunicadora, pesquisadora independente, documentarista e criadora do projeto Etnia Brasileira, fundado em 2010, muito antes de “parditude” se tornar um termo popularizado por reformulações acadêmicas recentes. Desde 2003, ainda fora das plataformas digitais, já questionava a invisibilidade estatística e política do pardo no Brasil, e usava a expressão “Pardo não é papel” para denunciar a manipulação da identidade parda como categoria de conveniência.

Ao longo dos anos, Zaruty construiu um trabalho sólido e pioneiro nas redes, na imprensa e em publicações reconhecidas nacional e internacionalmente, abordando temas como:

A estética da negritude seletiva, que substitui pretos retintos por pessoas claras com traços aceitáveis para o mercado.

O não-lugar do pardo na política racial brasileira;

A fusão forçada entre pretos e pardos no Estatuto da Igualdade Racial (2010);

A branquitude disfarçada de reparação, através da autodeclaração racial estratégica;

A mestiçagem como estrutura de apagamento e não como identidade pura;

O PROJETO

Se hoje o Brasil está pronto para discutir o que é ser pardo, é porque uma mulher preta retinta — Lívia Zaruthy — abriu caminho,, expôs a estrutura, perdeu espaço por dizer verdades incômodas, e segue com a mesma coerência que iniciou há mais de 20 anos.

Ao ver seus questionamentos sendo replicados sem crédito — incluindo a crítica à autodeclaração racial fraudulenta, à romantização da mestiçagem e à fusão política entre grupos racializados distintos — Lívia decidiu registrar o domínio parditude.com.br como forma de reivindicar a autoria do debate.

Parditude não é um conceito inédito. É uma apropriação estética e política de reflexões, denúncias e formulações que já estavam no projeto Etnia Brasileira desde 2010.

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