HISTÓRIA DO PROJETO ETNIA BRASILEIRA

“Não existe acolhimento possível onde não há reparação. E não existe reparação possível enquanto a branquitude seguir invisível — e impune.”
— Lívia Zaruty

Zaruty em 2010 participa da votação nacional de melhor blog  brasileiro  ( TopBlog)

Eu fui a primeira a apontar a rachadura.
Quando todos ainda repetiam a doutrina da militância negra, moldada por Sueli Carneiro, que transformou o pardo em soldado da negritude, eu fui a primeira a perguntar:
Quem é esse pardo? Ele se vê negro? Ele vive como negro? Ele é beneficiado como negro?

A resposta é dolorosa. E real:
Não. O “neo pardo” de fenótipo mestiço,  serve à negritude como massa, mas não recebe da negritude o mesmo tratamento.
Na hora da cota, é o preto retinto que entra.
Na hora do discurso, é o pardo de nariz fino que fala.
Na hora da reparação, a conta não fecha.

E eu, mulher preta retinta, fui a que trouxe luz para esse buraco entre o preto e o branco — onde o pardo  se esconde, onde o mestiço se performa, onde a branquitude recruta seus soldados mais fiéis.

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